São Paulo/SP - A Polícia Federal
deflagrou, na manhã desta quarta (17), a Operação Cipó, com o fim de coibir o
tráfico ilícito de animais silvestres, em ação que contou com a cooperação do
Ibama e da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo. Foram cumpridos 20
mandados de busca e apreensão em quatro estados. Nove pessoas foram presas e
pelo menos 20 serão indiciadas.
O inquérito policial foi instaurado há
cerca de um ano. Foram identificados diversos indivíduos que retiram os animais
silvestres da natureza, além de transportar, distribuir e comercializar animais
exóticos (que não pertencem à fauna brasileira) de modo irregular. Diversos
integrantes do grupo são reincidentes nesse tipo de conduta. As atividades da
quadrilha envolviam inclusive aves e primatas ameaçados de extinção, como o
cardeal do nordeste.
Os animais silvestres eram capturados em
diversas regiões do país, especialmente nos estados da Bahia, Pernambuco, Mato
Grosso e Paraná. A maioria dos animais exóticos vem de países que fazem
fronteira com o sul do país. Os animais são capturados quando ainda estão em
seus ninhos e transportados em péssimas condições, o que provoca muitas mortes e
mutilações, que acabam levando ao sacrifício dos animais
machucados.
A 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo
expediu os 20 mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos
comerciais. Dezesseis mandados foram cumpridos na capital e na Grande São Paulo,
em Diadema, Francisco Morato, Guarulhos, Embu das Artes, Embu- Guaçu e
Itaquaquecetuba. Foram cumpridos ainda um mandado em Uruguaiana/RS, um em
Caruaru/PE, um em Alagoinha/PE e um em Belo
Horizonte/MG.
Dos nove presos, duas pessoas são
acusadas de receptação qualificada e posse ilegal de arma de fogo, sendo uma em
Caruaru e uma em Embu-Guaçu. Os demais foram presos por receptação, sendo 01 em
Diadema, 05 em Francisco Morato e 01 em Guarulhos.
Foram apreendidos documentos que
comprovam a habitualidade do crime, duas armas de fogo e mais de 570 animais da
fauna brasileira das espécies papagaio, cardeal do nordeste, tiziu, coroado,
curió, cardeal comum, tucano, galo de campina, além de tigres d’água e um sagui
albino. Ainda serão realizadas outras fiscalizações para verificar se são
encontrados outros animais oriundos do tráfico.
Os presos e os demais indiciados
responderão, conforme suas ações, pelos crimes de caça profissional de animais
silvestres; possuir, transportar ou ocultar animais silvestres, previstos na Lei
dos Crimes Ambientais, receptação qualificada (para comércio), posse ilegal de
arma de fogo e formação de quadrilha, com penas de 3 meses a 6 anos de prisão,
que podem ser somadas, de acordo com as condutas de cada um.
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